domingo, 5 de março de 2017

AS BENÇÃOS PARA ISRAEL SÃO EXTENSIVAS PARA A IGREJA? CONSIDERAÇÕES DE DEUTERONÔMIO 28.

AS BENÇÃOS PARA ISRAEL SÃO EXTENSIVAS PARA A IGREJA? CONSIDERAÇÕES DE DEUTERONÔMIO 28.






UM tema quente!!!!!!!

Tema recorrente no evangelicalismo brasileiro: ''BENÇÃOS DE DEUS''......quer alegrar um culto, congresso, festividade.....é só começar o culto/reunião com algo do tipo: ''VOCÊ QUE ESTÁ PASSANDO POR UM MOMENTO DE DIFICULDADE NA SUA VIDA, VOCÊ QUE PASSOU UM PROBLEMA HOJE NO SEU TRABALHO, FAMÍLIA, TENHO UMA BOA NOTÍCIA PRA VOCÊ, O DONO DA BENÇA ESTÁ AQUI ESSA NOITE, E VAI TE ABENÇOAR''........quem nunca ouviu isso??? É talvez o jargão mais comum que ouvimos nos cultos, centenas, milhares de pessoas procuram uma igreja, seja evangélica, católica, centro, terreiro para se ''dar bem na vida''.
Olhamos para os textos bíblicos e vemos de Gênesis a Apocalipse pessoas sendo abençoadas por Deus, e deduzimos logo que se a pessoa estiver no lado certo ela vencerá seus obstáculos e dificuldades da vida, junte-se ao isso ao fato que o pragmatismo religioso (em que se faz o que dá certo, e não o que é certo) impera no igreja evangélica brasileira, líderes, pastores, pregadores levam até as massas essa mensagem antropocêntrica (homem é o centro da mensagem) moldando o pensamento evangelical numa doutrinação de domínio e controle, vendendo facilidades para pessoas com dificuldades.
Dito isso o leitor pode estar se perguntando, onde fica Deuteronômio 28 nisso tudo?
Bem vou tentar fazer uma síntese do assunto sem ser reducionista: Geralmente prega-se textos do Antigo Testamento em que contém promessas de bençãos de Deus a nação de Israel, e fazemos uma ''ponte hermenêutica'' transportando essas bençãos condicionais para a igreja hoje na nova aliança dizendo que ''nós somos o Israel espiritual de Deus''e que portanto seremos abençoados da mesma maneira que Israel foi se tão somente obedecermos algumas regras, numa espécie de relação meritocrática com Deus.
Antes de prosseguirmos gostaria de frisar aqui que não advogo ao antinominismo (negação de obediência a lei ) qualquer defesa, creio que exista princípios de obediência contidos na lei de Deus sobretudo morais que são válidos para nós, mas que tentar fazer uma ''ponte teológica'' entre eles para tentar manipular o divino, criando uma relação entre Deus/fiel é no mínimo interesseira  e é de longe um dos grandes problemas que temos dentro da igreja evangélica brasileira.
Observe os comparativos abaixo:

Israel na antiga aliança:
1- Israel tem que ficar na ''terra prometida'' (terá recompensas históricas, ''comerás o melhor da terra''.
2- Terra fértil, gado multiplicando, vitórias militares.
3- Israel é uma etnia, com localização geográfica, é o povo hebreu.
4-Israel é uma nação estado, com estrutura política.
5- Israel tem rei, sacerdote, um líder político/militar/religioso.

Igreja na nova aliança:
1- Tem que sair da terra prometida e alcançar os confins da terra.
2- Recompensas espirituais, ''desfrutará novos céus e terra'' (pois se esperarmos Cristo somente nessa vida somos os mais miseráveis de todos os homens)
3- Povo de toda a raça, tribo e nação.
4- Corpo místico de Cristo que é seu cabeça.
5-Não temos rei, líder, papa, todos somos sacerdotes desse reino espiritual.

Se na antiga aliança a obediência era sinal de vitórias militares  e de expansão geográfica, na nova aliança a obediência é sinal de perseguição. O mundo nos odiará.

A obediência a Deus é um dos temas centrais nas escrituras, mas dai querer barganhar com Deus numa espécie de relação interesseira é bem diferente.

QUE A NOSSA MOTIVAÇÃO E NOSSA BUSCA POR DEUS SEJA TÃO SOMENTE SUA PRESENÇA EM NOSSAS VIDAS E NÃO UMA RELAÇÃO UTILITARISTA.

PROFESSOR VALDIR MANENTE.