domingo, 9 de outubro de 2011

Voltemos ao Evangelho de Cristo.














Esse post eu recebi de meu amigo e aluno na E.B.D., Irmão Thiago, que me enviou por e-mail, e eu de pronto estou publicando no meu blog, vale ressaltar que o Thiago é um ótimo aluno, e que eu o estou observando como futuro professor da E.B.D.




Voltemos ao Evangelho de Cristo.
Nos dias atuais temos visto igrejas enchendo (ou seria inchando) os templos principalmente em grandes eventos, os famosos congressos (não que eu seja contra, mas estou começando a ficar).
 Porém para aqueles que amam e priorizam a Deus e Sua Palavra, cada vez mais vemos um povo cheio de crendices (diga uma palavra mágica e vc vai conseguir isto, agora que vc é de Deus ninguém pode com vc, etc, etc e tal) e menos dispostos a seguir ao Jesus da Bíblia.
O problema somente não está no que tem sido ensinado aos que já são crentes, mas de que forma está sendo pregado o evangelho aos não crentes para aderirem ao evangelho.
Vejamos Jesus:
Ao chamar os discípulos – “Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” Mateus cap. 9; vers. 9
“ Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. E arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, O seguiram”. Lucas cap. 5; vers. 10b e 11.
Jesus não prometeu nada (carros, mansões, sua vida vai mudar), existem até aqueles “pregadores” que para contextualizarem a mensagem dizem que os discípulos viram Jesus realizando milagres e assim ficou fácil segui-Lo. Porém a Santa Palavra de Deus não diz nada além de que Pedro, ao ver a pesca milagrosa, se viu na frente de um Santo Homem (Jesus) e pediu que se retirasse dele que era um pecador, então Jesus lhe disse que não temesse e O seguisse. O que os discípulos viram não foi simplesmente um homem que poderia lhes dar bênçãos, mas sim alguém que falava e lhes aquecia o coração (Lucas 24; 32), alguém que podia lhes entender a maior necessidade que nós temos: a fome do espírito que só pode ser saciada pelo Pão da Vida (João 6;35) e a doença da alma que somente pode ter descanso no jugo do Mestre que é manso e humilde de coração (Mateus 11;28,29 e 30).
Veja também Mateus 8; 18 ao 22
Jesus não iludiu ninguém para persuadir a segui-Lo. Então quer dizer que o evangelho é ruim? Claro que não!! Haja vista milhares de crentes não somente do passado, mas muitos também desta nossa geração que tem morrido, torturados por amor do Evangelho. A questão aqui é o evangelho que tem sido pregado, que é um evangelho humanista que procura dar uma “mãozinha” à Deus porque pensamos que o Senhor quer um povo numeroso não importando o método utilizado para “ganhar” estas almas. Óbvio que Deus quer salvar a todos, porém Ele não obriga ninguém a segui-lo e nem tenta todos os métodos persuasivos para conquistar as pessoas prometendo presentes, facilidades e tantas outras coisas. A morte do Senhor Jesus pode nos deixar chocados, pois podemos pensar: “Precisava tudo isso? Jesus precisava sofrer tanto?”.  Sua morte e entrega na cruz nos mostra o quão longe e imersos no pecado estamos perante Deus, pode parecer exagerado, mas Deus não se importa em impressionar as pessoas e sim em lhes comunicar a verdade. E aquela era a nossa realidade diante de Deus!!! Nossa falta e transgressão era tamanha que o Pai teve que literalmente como diz Isaías 53 moer o Filho. Se pararmos para refletir e pregar este evangelho veremos que não precisamos ficar inventando para os pecadores virem a Deus.
Não estou dizendo que devemos chegar a um pecador sem Jesus e dizer para ele: “Aceite a Jesus, pois senão você vai para o inferno.” Por que todos merecem o inferno, inclusive nós mesmos. Mas quando digo Voltemos ao Evangelho é sobre pregarmos o evangelho que Pedro, Paulo, o discípulos, Billy Graham, e tantos outros pregavam, ou seja, Jesus é o centro da mensagem e não as necessidades dos homens.
Quando digo isto não estou querendo que paremos de dizer que Jesus, cura, abençoa (até mesmo com bênçãos materiais), mas não colocarmos estas coisas como doutrinas fundamentais da fé cristã, pois como disse Paulo o Reino de Deus não é comida e nem bebida, mas paz, justiça e alegria no Espírito.
Devemos saber que o verdadeiro evangelho da Bíblia que devemos pregar aos pecadores é:
1 - Precisamos conhecer e nos relacionarmos com nosso Criador, pois a humanidade longe de Deus está caída e degenerada moralmente e espiritualmente;
2 – Porém nossa comunhão com o Pai foi profundamente afetada pelo pecado que herdamos de Adão, por que assim como Adão pecou também nós pecamos com nossas atitudes e pensamentos;
3 – Somente nos resta uma coisa: a ira de Deus e Seu justo juízo;
4 – Conforme está em João 3;16 Deus ao invés de julgar e condenar  o mundo, preferiu conceder salvação e isto somente foi possível pelo seu Filho Jesus que aceitou receber o castigo em nosso lugar e assim satisfez a justiça de Deus;
5 – Diante disto devemos tomar uma decisão: recebermos a Cristo como nosso salvador ou rejeitarmos e salvação concedida por Deus através de seu Filho, e não precisamos fazer nenhum terrorismo na mente da pessoa para ela “se decidir” em aceitar a Cristo, apenas pregar a mensagem e o Espírito Santo fará o resto, ou seja, Ele (o Espírito) convencerá ou não a pessoa dependendo dela abrir seu coração;
6 – Aqui começa muitas vezes o ensino errado, devemos ensinar que andamos com Cristo não para obtermos bênçãos, mas para termos nossos pecados cancelados diante de Deus, e assim através de uma comunhão restabelecida com Deus teremos força para entrentarmos e vencermos as aflições do mundo. Então sim podemos dizer que Cristo nos dará a verdadeira paz que excede o entendimento humano e uma alegria indescritível de ser salvo;
7 – Necessário é dizer e ensinar também que a caminhada cristã não se restringe a uma tomada de decisão uma vez só e pronto, mas como disse o Mestre “quem quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Marcos 8; 34.;
8 – Parece até que estou sendo duro demais ou pessimista, mas o problema é que nossa mente está tão inchada destas mensagens de auto-ajuda que quando nos deparamos com o evangelho da Bíblia acabamos negando o verdadeiro e aceitando o falso. “ O que sofrer, ah não isso não é pra mim.” Jesus como disse e insisto, não iludiu ninguém e vejo que este é o problema de tantos escândalos e desviados nos nossos dias de hoje. É pregado um evangelho de facilidade e é claro que se você disser para uma pessoa que ele vindo a Cristo vai conseguir tudo o que quiser, qualquer um quer isso, quem não quer? Mas o Mestre disse que o evangelho NÃO é fácil, pois é renuncia, é ruim para a carne, vamos perder muitos prazeres desta vida e isso é a realidade. Tente andar com seu carro em uma avenida na contra-mão, além de ser xingado, você com certeza vai correr riscos. Jesus disse: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá -la-á.” Marcos 8; 35. Entende? Por que hoje temos muitos religiosos e poucos convertidos? Porque não pregamos a Bíblia, temos que entender que a verdade não agrada, mas incomoda, porém somente a verdade liberta e transforma. A igreja hoje está cheia de carnalidade, e pensa que por causa dos dons do Espírito está espiritual, lembra-se da igreja de Corinto? Possuia todos os dons, porém Paulo os chama de meninos e carnais. Não estou dizendo para pregarmos um evangelho que afugenta as pessoas, duro e sem amor. Claro que não!! Quer maior amor do que este: Jesus morrer na cruz por nós. O que peço à Deus e aos líderes de hoje é que preguemos O evangelho da Bíblia, que mostra que o verdadeiro valor de um cristão não é medido pelos bens que ele tem mas por sua fidelidade a Deus em renunciar o pecado em sua vida mesmo que isto lhe custe um alto preço. Pois se é verdade que um cristão de verdade sofre angustias nesta vida, também é verdade que o salário do pecado é a morte, mas o dom  gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus Nosso Senhor.
Quero deixar claro que não é pecado orarmos a Deus pedindo bênçãos, pois como Paulo disse em Filipenses 4; 6 podemos fazer conhecidas de Deus as nossas necessidades, porém o que estou reivindicando é que voltemos ao evangelho que não faça do nosso Deus um deus de circunstâncias mas um Deus que é o EU SOU AQUELE QUE SOU independente das circunstâncias, pois nosso principal objetivo é o céu e contrariando os pregadores modernos com certeza ele não é aqui.

Thiago de Oliveira Souza.