quarta-feira, 3 de agosto de 2011

HÁ PODER EM NOSSAS PALAVRAS?

A PODER EM SUAS PALAVRAS! AH É? DESDE QUANDO?





E PRONTOOO
PLIMPLIM








"QUEM JÁ NÃO OUVIU AS FRASES?  RECEBAAAAA....TOME POSSE MEU IRMÃO....PROFETIZA MEU AMADO SOBRE SEU IRMÃO...EU DETERMINO...EU DECLARO, CHEGA A SER CÔMICO PARA NÃO DIZER TRÁGICO.

Muitos “chavões” ou “jargões” têm invadido as igrejas evangélicas no Brasil. Frases como: “Eu te abençôo”, “Eu profetizo”, “Toma posse da bênção”, "Eu determino", "Eu declaro", entre outras, viraram formas arrogantes de os crentes exercitarem sua fé ou de se dirigirem a Deus, exigindo bênçãos imediatas. Preocupados com essa nova linguagem e com essa nova postura, faremos uma rápida análise do contexto evangélico atual, para que possamos entender o porquê dessas invencionices, praticadas durante as chamadas "ministrações", realizadas nos cultos.

1. Os Jargões e as Doutrinas Modernas
Muitos jargões surgiram como resultado de doutrinas controvertidas, como a crença em “maldição hereditária”, a “confissão positiva”, a “incubação de bênçãos”, a “teologia da prosperidade”, entre outros ensinamentos antibíblicos. Essas doutrinas equivocadas são usadas pelo inimigo para enganar e tirar dos cristãos a exclusividade da fé em Cristo, que é suficiente para libertar, curar e proteger os servos de Deus de toda força do mal. O desejo do inimigo é, também, sustentar, na mente dos evangélicos, essas inovações doutrinárias, contaminando-os com doutrinas de demônios.
1.1 Os jargões evangélicos e a confissão positiva
A chamada "confissão positiva" coloca o peso das realizações espirituais "nas palavras pronunciadas e na atitude mental da pessoa", de quem está ministrando, desconsiderando a genuína fé em Deus (At 3:16; Hb 12:1-2). Essa atitude é apoiada na falsa crença que diz: “Há poder em suas palavras”, como se as palavras humanas tivessem poder de criar, de intervir, de mudar situações. A ênfase é posta no homem, e, raramente, o ministrante cita o poder da Palavra ou o poder de Deus (Rm 1:16-17). Há dezenas de livros ensinando os crentes a agirem assim. A maioria dos fiéis não percebe que está caminhando para o abismo espiritual, lugar daqueles que se afastam das verdades bíblicas.
1.2 Os jargões evangélicos e a incubação de bênçãos
A conhecida "Incubação de bênçãos" é um desdobramento da crença na "confissão positiva". Consiste no seguinte: O crente incauto é ensinado a "gerar uma imagem mental", direcionada para o alvo que se pretende alcançar; por exemplo: se o crente deseja um carro, deve engravidá-lo mentalmente, para que Deus possa conceder-lhe a graça. É ridículo, mas, infelizmente, centenas de crentes deixam-se enganar. Essa atitude tem levado muitas pessoas ao comodismo, à inércia espiritual e a uma atitude preguiçosa, pois já não se esforçam para conseguir, com trabalho duro e honesto, aquilo de que precisam. Pelo contrário, ficam à espera do momento em que a bênção irá “cair do céu”. Da crença na "incubação das bênçãos", surgiu a arrogante frase: "Toma posse da bênção”. Isso simplesmente não existe na palavra de Deus.
1.3 Os jargões evangélicos e a mania de querer mandar em Deus
Chavões tais como: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte das alianças divinas, das promessas divinas, dos oráculos divinos, dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma.
Os cristãos precisam entender que não podem dar ordens a Deus! É Deus quem determina; é Deus quem decreta; é Deus quem declara; é Deus quem abençoa. É Deus; não sou eu. Ele é tudo; eu sou nada! Eu sou servo; Deus é Senhor! Ele é soberano; eu apenas obedeço à sua Palavra. A Deus, toda a glória! Assim, não é a minha vontade que deve prevalecer. Jesus não só nos ensinou a orar: ... seja feita a tua vontade (Mt 6:9 e 10), como também pôs em prática o que ensinou: ... todavia, faça-se a tua vontade ... (Mt 26:42). Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20:7).
1.4 Os jargões evangélicos e o egocentrismo
O que nos chama à atenção nessas manias, nessas invencionices, é o seguinte: quanto mais elas se alastram, mais o nome de Deus desaparece e o "EU" entra em cena. É trágico: os cristãos vão se tornando embrutecidos, achando que podem assumir o lugar do Altíssimo Deus. E não é este o incansável desejo de satanás? Veja, leitor: Cada vez mais os cristãos expressam o desejo de assumir o lugar de Cristo: “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, Eu te abençôo”. É o "EU" como centro da fé; é o egocentrismo religioso em marcha; é o endeusamento do egoísmo; é a divinização do homem.
Os cristãos precisam entender que Jesus não permitiu que o seu "EU" aparecesse. Quando alguém o chamou de “bom Mestre”, ele desviou de si a atenção e disse: ... bom só há um, que é Deus ... (Mt 19:17). É preciso ter muito cuidado com o egocentrismo religioso: o "EU" atrai para o homem a glória que a Deus pertence, sendo o resultado de tal atitude a morte eterna.
2. Reflexões Bíblicas Sobre Alguns Jargões
É necessário muita graça e sabedoria divina para discernirmos o ensino que é de Deus e o ensino que é do diabo. A ausência de estudos da palavra de Deus, ministrados de forma sistemática, tem dado oportunidade para a entrada de heresias, acompanhadas dos chavões religiosos, nas igrejas. Por isso, somos convidados a refletirmos sobre seguinte questão: A utilização dessas estranhas expressões tem o apoio da Bíblia? Avaliemos algumas delas:
2.1 "Eu te abençôo”
Os servos de Deus, em nome do Senhor Jesus, são bênção para as pessoas. A Bíblia diz: ... estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome ... (Mc 16:17). Todas as bênçãos divinas são derramadas através dos servos, em nome de Jesus.
Em lugar de "Eu te abençôo", o cristão deve dizer: “O Senhor te abençoe”, conforme o ensino bíblico: Fala a Arão, e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel; dir-lhes-eis: O Senhor te abençoe e te guarde. (Nm 6:23 e 24). O nome do Senhor precisa ser invocado e não o "EU". O "EU" é carne; o "EU" é pecador; o "EU" é corrompido; o "EU" não é divino; é humano.
Vejamos o complemento da palavra de Deus: Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei. (Nm 6:27). Vejamos também quem pode ordenar a bênção: ... porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133:3); ... então eu mandarei a minha bênção sobre vós ... (Lv 25:21); ... o Senhor mandará que a bênção esteja contigo ... (Dt 28:8); ... Eu o abençoarei (...) abençoarei os que o abençoarem ... (Gn 12:2-3). Será que Deus mudou? Não encontramos, nem no Antigo nem no Novo Testamento, alguém fazendo uso do “EU te abençôo”. Se esse ensino esquisito não vem da Bíblia, de onde vem?
2.2 “Eu profetizo”
O ministério profético cessou. Todos os profetas de Deus foram rejeitados e mortos (Mt 23:37). Segundo a palavra de Deus, o que existe hoje, na igreja do Senhor, é o "Dom da Profecia". Profecia, então, é um "Dom espiritual" (I Co 12:10), útil para que Deus fale de maneira sobrenatural às pessoas, assim como, pela "variedade de línguas", se fala sobrenaturalmente a Deus. O "Dom espiritual" é uma capacidade sobrenatural que atua nos filhos de Deus, quando Deus quer, e para o que ele achar proveitoso (I Co 12:11). Por isso, o uso da frase “Eu profetizo” é totalmente inadequado.
A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: ... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo. (II Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: Assim veio a mim a palavra do Senhor ... (Jr 1:4); Assim diz o Senhor ... (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); Ouví a palavra do Senhor ... (Jr 2:4); E veio a mim a palavra do Senhor (...) disse o Espírito Santo ... (At 13:2); ... Isto diz o Espírito Santo ... (At 21:11); Mas o Espírito expressamente diz ... (I Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina.
Pense bem: Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos, sem que Deus tenha nos autorizado, em sua palavra, a Bíblia Sagrada? Como é que eu e você vamos profetizar, se, em nós mesmos, não há bênçãos para oferecermos, visto que a Palavra afirma que, em nossa natureza, não habita bem algum? Como é que eu e você vamos profetizar bênçãos em nosso nome, se a Bíblia afirma que toda boa dádiva, todo dom perfeito vem do alto, do Pai das luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação?
Essa arrogância do "Eu te abençôo" deriva da falsa crença na "confissão positiva", que leva as pessoas a crerem em que há poder nas suas próprias palavras. Daí acharem que podem profetizar bênçãos a qualquer momento e a qualquer pessoa. A Bíblia condena essa falsa crença, pois somente Deus tem poder para abençoar.
Além de tudo isso, é estranho o fato de que as pessoas que vivem dizendo: "Eu profetizo" só "profetizem" bênçãos e mais bênçãos, sendo que, nas profecias bíblicas, o Espírito Santo inspirava os profetas a anunciarem bênçãos, castigos, catástrofes, juízos aos desobedientes à palavra de Deus, repreensão, etc. Não é estranho, hoje, as pessoas "profetizarem" somente bênçãos? Se Deus não muda, de onde está vindo a inspiração para essa gente "profetizar"?
Outro fator a pensar é este: As pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus.
2.3 “Tomar posse da bênção”
Não encontramos o uso dessa expressão no Antigo e nem no Novo Testamento. É um jargão de uso freqüente nas igrejas cujas reuniões têm como tema e propósito principal pregar e receber a prosperidade material, que eles reduzem a bênçãos. Os seus líderes não se preocupam com nutrir o rebanho com as verdades da palavra de Deus, que conduzem à salvação em Cristo Jesus (II Tm 3:14 e 15)
Essa frase surgiu para fortalecer a doutrina da "incubação de bênçãos". Como já vimos, neste texto, primeiramente a pessoa tem a “visualização positiva” da bênção desejada, isto é, concebe, em sua mente, o que ela quer receber, e, em seguida, é motivada a “tomar posse bênção”.
A "incubação de bênçãos", a "visualização positiva" e o uso do termo “tomar posse da bênção” são atitudes que substituem a fé operante e a atuação divina, levando as pessoas a crerem em que tudo depende da força da mente e das palavras de poder pronunciadas por elas. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "Toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos de Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: ... se tu podes crer; tudo é possível ao que crê (Mc 9:23); ... Tende fé em Deus ... (Mc 11:22), ... grande é a tua fé! ... (Mt 9:28) ... Seja-vos feito segundo a vossa fé (Mt 9:23); Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda ... (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.



Conclusão



Doutrinas heréticas têm ocupado a mente e o tempo de muitos crentes. Elas não conduzem as pessoas a confiarem no sacrifício do Calvário, na cruz do Senhor, no sangue de Jesus, que nos purifica de todo o pecado, mas levam as pessoas a se envolverem com várias práticas estranhas à Palavra inspirada pelo Espírito Santo. Essas heresias são caracterizadas, na Bíblia, como o “outro evangelho” (Gl 1:8), chamado, pelo apóstolo Paulo, de anátema ou maldito.
Conhecendo a origem de algumas doutrinas, como, por que e para que surgiram, e somando isso aos esclarecimentos feitos à luz da palavra de Deus, você deve pedir a Deus graça e sabedoria, para ensinar à igreja o caminho da luz e para conduzir os filhos de Deus dentro dos propósitos do evangelho da graça divina, para que não se percam, mas tenham a vida eterna.



FONTE: C.A.P.D.

CURA INTERIOR- PRISÃO SEM ALGEMAS

CURA INTERIOR- PRISÃO SEM ALGEMAS







“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”– Is 53.4-5

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.” – Rm 8.1-2

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” – 1 Jo 1.9

Qual pessoa não tem problemas? Seja cristão ou não, todos temos imperfeições, defeitos, manias, vícios, uns que não trazem grandes transtornos, outros que realmente atrapalham nossa vida. Porém, se você for cristão, já há a solução para todos os seus problemas: seminários de libertação e cura interior.

É infeliz no amor? Não pára em nenhum emprego? Tem um gênio ruim? Sofre dificuldades financeiras? Possui alguma enfermidade? O diagnóstico é claro: maldições hereditárias e/ou pecados não confessados, que abririam as brechas para que os demônios possam nos atormentar 24 horas por dia (alguns até “chipam” as pessoas para facilitar o monitoramento). A solução? Só passando pelo processo de cura interior.

Basicamente funciona assim: o vitimado por algum mal vai a um seminário de batalha espiritual e cura interior que, dependendo do ministério, pode durar um final de semana ou 7 reuniões, uma a cada semana. No seminário, ouve palestras que utilizam passagens da Bíblia fora de seu contexto (por exemplo, atrelar o fato de terem que tirar os panos que prendiam o corpo do recém-ressurreto Lázaro com o fato de ser necessário tirar os “panos” ou “pecados não confessados” dos já convertidos para que a libertação aconteça de fato), com o intuito de provar que a libertação não vem apenas de Jesus Cristo: é preciso seguir uma série de procedimentos, os quais foram revelados nos últimos tempos aos líderes dessa metodologia (a propósito, como ficaram os trocentos milhões de cristãos desde os primeiros tempos até o século passado, que desconheciam as técnicas de cura interior?). Se o cristão não seguir os procedimentos, continuará com seu espírito ou alma aprisionados nas profundezas, sendo atormentado pelos demônios com doenças e esquisitices. Por isso é que muitos cristãos, segundo os defensores dessa técnica, vivem espiritualmente “mortos”: porque suas almas ou espíritos estão presos, e não podem receber mais de Deus por isso. Essa prisão ocorre por culpa do próprio cristão e de seus ascendentes, que em algum momento autorizaram os demônios a agirem em suas vidas. Para anular essa ação, deve-se rejeitar a tal autorização, e como o demônio (não os líderes cristãos, claro!) é muito legalista, é preciso nomear demônio por demônio, pecado por pecado, e ai do fulano se esquecer de algum! Se esquecer, esqueça a libertação também, pois por esse demoniozinho ou pecadinho esquecido de renunciar sua alma ou espírito continuará preso.

No site do Ministério Ágape de Reconciliação há um formulário que precisa ser preenchido por todos que participam do evento. Os líderes oram e escolhem os casos mais escabrosos para serem ministrados individualmente; o restante recebe as orações e palestras coletivas apenas. Note que o formulário é bastante completo, tem nome de demônio que nunca nem pensei que pudesse existir, nomes de rezas, de religiões, de diversos tipos de envolvimentos que precisam ser lembrados pelo fiel. Mas gente, já pensou se o coitado fez um pacto sem querer com um demônio cujo nome não está na lista, ou fez algo há tanto tempo que não se lembra mais?

Na ministração individual, “privilégio” de poucos, já que o tempo é escasso e são vendidos muitos ingressos para os seminários, um pastor e um intercessor ficam perguntando sobre sua vida, e o intercessor, de acordo com o que você fala, recebe “revelações” do que está espiritualmente por detrás daquilo. Aí ora-se, renuncia-se a tudo o que está no formulário, expulsa-se os demônios, rasga-se o formulário e o cristão está livre, leve e solto!!! Está mesmo?

Não há estatísticas confiáveis sobre quantos são realmente libertos, pois não há o interesse dos ministérios de libertação e cura interior de acompanhar os casos com o passar do tempo. As únicas estatísticas que esses ministérios guardam com alegria (orgulho?) é a de quantos já frequentaram os seminários e cursos. Mas eu entendo isso, o importante é fazer a obra, se o fulano não foi liberto é problema da fraqueza espiritual e da falta de fé dele, nós como ministério somos muito ocupados, tendo que realizar seminários pelos quatro cantos do país, então não há como se preocupar com as vidas: elas que procurem seus próprios pastores.

Até entendo que possa haver alguma boa intenção na busca de tantos crentes por cursos de libertação e cura interior, porém essa doutrina fere o sacrifício de Cristo por nós, tirando Dele e colocando em nós mesmos o poder por nossa libertação. Não adianta nada Jesus ter morrido por mim, se não rejeitei várias vezes (uma vez só não adianta, o bicho é tinhoso) que quando pequena comi uma balinha na festa de Cosme e Damião, e essa bala estava consagrada ao caboclo não-sei-das-quantas (como vou saber, se eu era pequenininha e não sabia o que era caboclo?). O sangue de Cristo não tem poder nenhum sobre mim se eu não confessar os pecados que meu tataravô, aquele escravocrata, ou será escravo, ou será até mesmo algum índio canibal (sou descendente de negros, índios e brancos) cometeu naqueeeela época, e que abriu a brecha para que um demônio qualquer atormentasse pessoas da minha família até chegar a mim, a sortuda que tem a ferramenta da cura interior para me salvar! Mas e aí, como me lembrar dos pecados do meu tataravô? Mal conheci meu avô!!! Ah, mas para isso existem os intercessores, só eles podem ver o passado, presente e talvez o futuro! E, descoberto o problema e feita a renúncia, outra brecha do passado surge e lá vamos nós investiga-la de novo…

A doutrina da libertação e cura interior acaba se tornando uma prisão sem fim, onde demora-se anos para que uma vida seja restaurada, porém onde não há muitas vezes interesse em se perder anos com uma vida quando se pode ministrar vidas ao atacado todas as semanas. Se a ministração é superficial e serve mais para confundir do que para esclarecer não importa, o importante é que estamos fazendo a obra de Deus. Mas Deus disse para substituirmos Seu Filho por métodos?

Jesus disse que veio nos trazer vida e liberdade. Numa sinagoga em Nazaré, Ele abriu o livro do profeta Isaías no capítulo 61:

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração de vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor. – Lc 4.18

Então passou Jesus a dizer-lhes: hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. – Lc 4.21

Se já se cumpriu no Reino de Deus a libertação dos cativos e oprimidos, para que precisamos pesquisar nosso passado em busca de todos os envolvimentos malignos? O batismo e o confessar a Cristo não têm poder nenhum?

Têm sim. Quando aceitamos a Cristo como nosso Senhor temos todos os pecados perdoados por Seu sangue e em Jesus somos justificados diante de Deus. Porém essa tem que ser uma verdade em nosso coração, não apenas de boca. O sermos santos não nos impedirá de termos problemas, de sermos atribulados, de sermos perseguidos, pois a boa-nova diz que no mundo teremos aflições, porém Jesus venceu o mundo e, com Ele, somos também vencedores. Cristo nos liberta, quem nos aprisiona são sistemas e doutrinas humanas, cercadas muitas vezes por uma aura mística que lhes denota um poder especial. Não é preciso fazer curso de cura interior para expulsar demônios (os discípulos fizeram?), mas muitos estão fazendo porque a idéia lhes foi muito bem vendida.

Queremos verdadeira cura interior? Peçamos a Cristo que nos faça uma cirurgia cardíaca espiritual, tirando nosso coração de pedra e colocando, em seu lugar, um coração de carne. Rapidinho vamos ver os resultados, e nem precisaremos perder tempo nomeando demônios.