segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MARCHA, PROCISSÃO....QUE DIFERENÇA FAZ?


110 MOTIVOS, PORQUE NÃO VOU A MARCHA.


Na última quinta-feira, dia 03/09, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Além da presença de Michel Temer, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff e do senador e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, estavam presentes no evento os bispos Estevam e Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. O casal voltou ao Brasil no começo de agosto, depois de um período de dois anos e seis meses de prisão e liberdade condicional nos Estados Unidos. Eles foram condenados após tentar entrar no país com US$ 56 mil não declarados.

Antes de considerar o despropósito desta marcha, é preciso registrar a vergonha que temos ao ver o povo evangélico representado por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e pelo casal Hernandes.

Entrando agora no mérito desta Marcha, alisto abaixo 10 motivos pelos quais nenhum cristão deveria participar desta marcha:

1. A igreja e a marcha são lideradas por um homem que se autodenomina apóstolo. Este é um erro cada vez mais freqüente em algumas denominações neo-pentecostais de nosso país. É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar o seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha? Que critérios foram usados? Ei-los: 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Como pode alguém, hoje, ousar sustentar o título de apóstolo?

2. A igreja que organiza a marcha ensina Teologia da Prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão Positiva (crença no poder profético das palavras – assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos Territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade).

3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);

4. Uma das finalidades da marcha é promover curas e libertações;

5. A marcha não celebra culto, e sim show gospel;

6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de "mudar o destino de uma nação";

7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3 "Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado", a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade;

8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as "brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação";

9. Na visão do grupo, a marcha destrói "fortalezas erguidas pelos inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões";

10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão (1Pe 2.12).

Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos.

Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do Evangelho a esta nação cada vez mais sedenta. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 15% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência são cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas, não têm gerado transformação de vida em nosso povo.

A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).